Em Crença cristã avalizada, Alvin Plantinga trata a noção de aval, que ele define como “aquilo que distingue o conhecimento da crença verdadeira”. Nesta obra, o autor expande seu foco sobre o tema partindo de questões estritamente epistemológicas para examinar se a crença teísta, especificamente a cristã, pode desfrutar de um aval.
A crença cristã é intelectualmente aceitável? É aceitável para pessoas inteligentes nos dias de hoje, no início do terceiro milênio? Plantinga aborda essas questões examinando se é racional, razoável, justificável e, em última análise, avalizado aceitar a crença cristã. Afirma que as crenças cristãs são avalizadas por serem formadas por faculdades cognitivas que funcionam apropriadamente. Desse modo, se forem verdadeiras, elas constituem o conhecimento.
Plantinga argumenta que é plausível crer que os seres humanos não têm apenas faculdades cognitivas naturais, como percepção, memória e raciocínio, as quais nos permitem conhecer os fatos sobre o objeto, mas também detemos uma faculdade cognitiva natural que nos permite formar crenças básicas sobre Deus. Para levar os crentes a produzir crenças cristãs avalizadas, o autor mostra como essa faculdade pode ser embotada e danificada pelo pecado, mas também reparada pela fé. Ele passa depois a explorar uma proposta, comum a Tomás de Aquino e a Calvino, de que a crença cristã se origina de uma fonte não natural, que Aquino chamou de “instigação interna do Espírito Santo” e Calvino classifica como “testemunho interno do Espírito Santo”.
Crença cristã avalizada, obra de um academicismo impecável e produzida por um dos principais epistemólogos da atualidade, desafiará e envolverá filósofos, bem como acadêmicos da área dos estudos religiosos.
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